Onde estás

Não tenho mais teus olhos
a iluminar a escuridão de meu caminho.
Teus cabelos ao vento,
flutuantes,
não vejo mais.
Tua boca macia que me chamava,

como canto de pássaros,
como só os pássaros sabem cantar,
não mais me chamam.
Tuas mãos
que minhas mãos guiavam,
não sinto mais.
E na escuridão em que fiquei
não posso ver teus passos
na areia molhada e te seguir.

Sinto no entanto teus olhos a me fitar,
teus cabelos ao vento,
teus lábios úmidos a murmurar,
tuas mãos estendidas
como querendo me tocar
à distância...

Ficas ao longe sofrendo
e me vendo sofrer,
pois não tens coragem de se humilhar
e me amar...

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